quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A minha primeira felação anal





Noite de sábado, não fui para casa. Caminhei pela Rego Freitas, centrão de São Paulo. Usava short justo, que deixava as coxas à mostra, camisetinha regata e sandália. Meu cabelo estava comprido, batendo nos ombros. Queria um homem. Precisava experimentar um pinto. Pôr na boca, senti-lo me penetrando. Era um desejo profundo, que tomava conta de todo o meu corpo. Precisava de homem... Era como um sinal de neon em uma estrada escura, que indica o objetivo da viagem, apagando e acendendo. Homem...Homem...

Devo ter caminhado meio quarteirão, quando cruzei com K. Ele conversava com uma garota. Flertamos. K. veio puxar conversa, deixando a garota em segundo plano.

         Em minutos, eu e K. entramos em um prédio, situado nas proximidades. Era uma construção baixa, de corredores apertados. Alguém havia aproveitado um terreno, onde caberia um barracão, para construir um pequeno prédio estreito. No apartamento exíguo, havia pessoas conversando na sala. Passamos por elas e no enfiamos no quarto.

Tirei a roupa. Consegui monitorar a excitação. Em uma escala de zero a 10, batia no 9.9 da ejaculação precoce. Pela primeira vez na vida adulta, estava deitada na cama com um homem. Sabia que ia ejacular muito rápido. Depois que terminasse, temia pela minha reação. A sensação de culpa seria insuportável e não imaginava o que faria.

         K. era cabeleireiro. Parece clichê, mas ele era mesmo cabeleireiro. Sublocava o apartamento. Falava com sotaque espanhol. Devia ser argentino, uruguaio...

Não dá para focalizar detalhes, porque restaram borrões quase apagados no disco rígido. O que eu lembro bem é estar deitada de bruços, com a bunda voltada para ele. Ao sentir a língua de K., gozei instantaneamente. Primeira descoberta da noite: felação anal pode ser irresistível.

        Levantei e vesti a roupa. Ele tentou me impedir. Queria que eu ficasse mais um pouco para uma segunda sessão. De jeito nenhum, falei. Vou embora. K. me estendeu um cartão e pediu para eu ligar durante a semana.

         O cartão fica queimando no bolso por um tempo indeterminado. Ligar ou não ligar para ele? Valia a pena passar por aquele portal? Haveria volta?


Um comentário:

É tudo verdade