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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Cine Arouche - templo da pegação





Sábado à tarde
Calor de 34 graus. Dentro do cinema aquela sensação de abafamento, as pessoas transpirando. Na parte de cima, naquilo que seria o "auditório superior", um grupo de homens suarentos reúne-se em torno de uma figura. Está escuro. Não dá para ver direito o que se trata.
Eu me aproximo e um homem negro, de bigode e camiseta, me pergunta se a personagem, que atrai tanta atenção, é uma mulher. As mulheres são raras no Cine Arouche, mas costumam dar as caras. E quando elas aparecem transformam-se em uma atração à parte.
Coloco a mão ali no meio e sinto a textura de um seio. Ela está dobrada e geme. Atrás dela, um sujeito mete, fazendo movimentos repetitivos. Logo ele acaba e entra outro em seu lugar. É aquele sujeito que tinha me perguntado se era uma mulher. Ele coloca a camisinha. Enterra na mulher e goza em pouco mais de um minuto.
Ao passar por mim, confirma: "É mulher".
A movimentação continua. Entra outro cara no lugar dele e recomeçam a movimentação e os gemidos.
Perco o interesse e vou para o "auditório inferior".

O Cine Arouche é mundo dentro do mundo.
Lá dentro, são outras as regras, outros os comportamentos. Se em qualquer espaço público da cidade é proibido fumar, dentro do Cine Arouche o pessoal fuma, como fumava no passado antes das novas legislações. Não há um segurança, um encarregado, que vá até o fumante e o obrigue a apagar o cigarro. O resultado é sufocante: a sala se torna mais abafada, enfumaçada e o ar irrespirável.
Não há a menor preocupação com a limpeza. O sujeito toma cerveja e atira a lata vazia com violência no chão. Ou deixa a lata em cima de uma poltrona ou nas divisórias. Essa lata será fatalmente chutada por alguém no escuro.
O chão fica coberto de lixo. Principalmente, papel higiênico, coberto de esperma.
Esse lixo é varrido em períodos distintos do dia ou da noite. Um funcionário acende a luz da sala de exibição, com as pessoas ali dentro, e vai varrendo sem cerimônia o lixo. A operação é demorada. Cerca de 40 minutos, para o infeliz varrer aquela montanha de papel higiênico, camisinhas usadas, embalagens. Essa sujeirada é enfiada em um balde de lixo de 100 litros e retirada lentamente pelo faxineiro.
A despreocupação com a limpeza motiva o sujeito que cospe no chão e que urina nos cantos escuros. Às vezes, você está sentada na plateia e sente algo escorrendo perto de seus pés: é urina que desce lentamente.
Amanhã, vou falar dos banheiros.
Aguarde...

É tudo verdade