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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A minha primera vez






Estou na loja, onde trabalho, com um vestido leve de algodão cru e alpargatas de fibras naturais. Tiro as alpargatas e fico descalça. Esfrego os pés no carpete. O pinto duro. Quero dar para ele. Quero muito dar pra ele. Quero demais. O cartão de K. queima na minha mão. Estou sufocando de tesão. Preciso levar uma rola e tem de ser agora. 

Será a minha primeira vez. Sei que vou perder a virgindade.

Levanto. Saio da loja. Invento uma desculpa para o gerente e vou para a rua. Pego um táxi. Dou o endereço do apartamento. O coração bate forte. Suo frio. Estou agitada, tensa, louca de vontade. A loja onde trabalho fica relativamente perto do apartamento de K. A demora para sair do ponto A e chegar ao ponto K é angustiante.

Trêmula, sonâmbula, excitada, passo pela portaria. Pego o elevador e, finalmente, estou diante da porta. Toco a campainha. Ele aparece. Veste um sarong indonésio, colorido e extravagante, que cobre todo o corpo e apresenta mangas largas. Ele me leva para a cama. Ficamos nus. Rolamos sobre o lençol.
  
Chupei, lambi. Fui chupada e lambida. Quando penetrada, ele acabou quase que imediatamente. A dor...Vou falar da dor. A dor, meu caro, foi terrível. Melhor dizendo: EXCRUCIANTE! Foi como se me enfiassem uma flecha dentro de mim, me arrombando, estourando minhas pregas. Na prática, foi isso mesmo que aconteceu. A rola de K. estourou minhas queridas pregas, minhas pregas virgens. 

Doeu! Doeu e doeu! Muito!

K. arrumou uma toalha para se limpar. 

Momentos mais tarde, estávamos brincando novamente. K. voltou a me penetrar. A dor era intensa, mas era uma dor que eu reivindicava. Há anos, precisava sentir aquela dor. Agora, ela se tornava real. E era satisfatória. 

A dor da perda da minha virgindade. Tinha dado o cu pela primeira vez. E aquilo era um vício que me acompanharia até o fim dos meus dias.

Lembro que o problema era a posição. Estava de frango assado (nem sabia na época que se chamava frango assado). Só assim o pinto dele mantinha-se duro. 

Dobrada, torta, os pés enfiados lá atrás do pescoço de K., em me sentia na pele de um frango sendo assado - de fato. Suava. A cama rangia. Até que, finalmente, K. terminou novamente e caiu semidesfalecido ao meu lado.

Pude esticar as pernas e relaxar. Toda a minha atenção estava voltada para lá, pra o orifício. Sentia o líquido sair. Sensação plena, deliciosa. 

Fui ao banheiro. Sentei na privada. E aí aconteceu. Houve um movimento de forte intensidade. A seiva de K. foi expulsa na forma de esguichos. Entrei no chuveiro e tomei um banho quente. Pus o vestido de algodão, a calcinha branquinha, calcei as alpargatas e saí.

Uma penúltima ida ao ponto K aconteceu novamente no final de uma tarde. Toquei a campainha. K. abriu. Estava com o mesmo sarong colorido. Foi um momento constrangedor. Ele não sabia o que dizer. Falou, em espanhol, algo como “não, hoje não”. Atrás, flagrei a figura de uma mulher de calcinha e sutiã.

Só voltaria a vê-lo anos mais tarde. Passava na frente do prédio, quando vi um sujeito gordo, muito gordo, de uns 130 quilos, pagando o táxi e arrastando-se com dificuldade para fora do carro. Era K. A caminho de uma explosão cardíaca.
 

É tudo verdade