sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cine Arouche - templo da pegação 5






Uma noite estava encostada na mureta, que fica no fundão da sala. Esse lugar é de passagem. Os ativos vêm e usam a mão boba para ver quem está encostada na mureta. Se eles gostam da "mercadoria", depois de dar umas apalpadas, engatam firme no traseiro oferecido.
Nessa noite, conheci um cara bem interessante. Ele veio encostou-se em mim. Falou no meu ouvido, bem de pertinho, o suficiente para eu sentir seu hálito perfumado de chiclete de canela: "Sozinha aqui no escuro? Posso te fazer companhia".
Isso já faz um bom tempo. Ele é frequentador assíduo.É um comedor nato. A fissura dele é transar a três.Acho que uma dez ou doze vezes ele me colocou junto com outros caras. Geralmente, eu dou para ele e chupo o outro. Depois, invertem-se as posições. O cara me come e eu o chupo. Ele gosta quando o cara que está me comendo começa a dar sinais que vai gozar. Ele costuma comentar: "Isso, goza mesmo! Joga todo seu leitinho nela".
Depois que o convidado goza, ele costuma dar mais umas estocadas e pede para eu ajoelhar e levar o fluido quente no rosto.
Ele já me comeu de frango assado (fiquei uma boa meia hora deitada na poltrona, com as pernas enroscadas no pescoço dele, enquanto levava firme a pica), de pé, no banheiro...Ele gosta de filmar a foda. Depois, fica sentado em um canto do cinema e revê as cenas.
Ele tem amizade com todas as travas e cds que frequentam o Arouche. Acho que já comeu todas. Neste Carnaval, ele foi para Santa Catarina. Pelo menos três casais o convidaram para passar o feriado prolongado nas casas deles. Ele me mostrou os zaps dos casais. As mulheres mandam nudes e pedem para ele chegar "o mais rápido possível". Ele me disse que come as mulheres e também os caras. Mas as mulheres não sabem que os maridos dão para ele.
Ele tem um defeito grave: não beija, não chupa um peitinho ou seja interage pouco. É um egoísta.


Deixa falar um pouco sobre os egoístas. Para eles, só uma transa interessa - aquela que possa lhes satisfazer. Eles desprezam as necessidades alheias, porque só pensam em si próprios. O egoísta acredita que seu pau é uma dádiva e oferecê-lo aos demais é um gesto benemérito: "Olha só o que estou te oferecendo - o meu pinto".
No cine, os egoístas abundam. Eles vêm, tiram o cacete para fora e o oferecem a você. "Chupa", eles mandam. "Faz uma chupetinha pra mim". Se você estiver sentada, de repente, vindo do nada, aparece um pinto encostando em seu rosto.
Além de buscar a própria satisfação, desconfio que o egoísta sente um certo repúdio por estar em um ambiente homoerótico. Ele só quer ser chupado. Quando você tenta beijá-lo, fazer com que ele a toque, pedir um carinho, um toque, uma aproximação humana, o egoísta desaparece.
Para ele, você é uma espécie de máquina boqueteira. Ele enfia o pau na sua boca e vai tirar dali a pouco plenamente satisfeito.
No cine, as cadeiras que ficam nas laterais são usadas por gays que fazem chupeta. Eles ficam sentados, aguardando a chegada do egoísta. O tipo tira o pau para fora e enfia dentro da máquina boqueteira. Com muita habilidade e atenção, a boca e a língua vão fazer o serviço em minutos. O egoísta se satisfaz e a máquina boqueteira fica aguardando o próximo cacete.

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