quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O primeiro biquíni






Durante curto espaço de tempo (seis meses?) antes de o apartamento ser vendido, ficou disponível para a família. Minha irmã chegou a levar para lá biquínis, guarda-sol e esteira de praia. E só.

O lugar era decorado com meia dúzia de peças atiradas no chão. Nem um prego, pregado na parede. Na época, tinha 16 aninhos. Desci no ponto, onde ficava o prédio do apartamento, e me dirigi para lá. Tinha a chave no bolso e a pressa de quem precisa se aliviar. 

O prédio era imenso. Um vespeiro. Lotado de quitinetes. Quando os proprietários chegassem para as férias de verão, o paliteiro se transformaria em um lugar tão quente e transtornado como uma usina nuclear com as fornalhas ligadas a todo vapor. 

Naquela tarde de sol, havia pouca gente no prédio. Quando coloquei a chave na porta e entrei, senti uma liberdade como nunca experimentara antes. Pela primeira vez na vida, estava completamente sozinha. Entregue a mim mesma. 

Abri a janela. No lugar do mar, havia outro prédio, tão gigantesco como aquele onde me encontrava, com portas iguais, corredores que se sucediam, cruzavam, em um espetáculo luxuriante do descalabro arquitetônico da especulação imobiliária. O mar ficava à esquerda. Para vê-lo, era preciso esticar o pescoço, pendurar-se no parapeito e, mesmo assim, o oceano parecia um corte no cimento, que o rodeava, e não o contrário. 

Fechei a janela. Abri a esteira. Tirei a roupa e deitei. Ia me masturbar. Pelo menos umas duas vezes para aliviar a tensão sexual que começava a me incomodar. O problema é que tinha me acostumado a ter prazer esfregando-me na cama e em lençóis.

Ali, não havia nada parecido, somente a esteira fina como casca de ovo de galinha presa em cativeiro. Não sei exatamente como aconteceu, mas apanhei um dos biquínis que estavam jogados no chão. Não lembro a cor, não lembro o modelo, só me recordo que eram duas peças. 

Nu, encarava aquilo como uma ponte, uma travessia perigosa. Não sabia o que me esperava do outro lado, mas tinha medo. Devo ter checado se a porta estava bem fechada. Devo ter hesitado muito até finalmente ganhar coragem suficiente para vestir a calcinha e o sutiã, que formavam o maiô duas peças. 

Pus a calcinha e lentamente a parte de cima...Faltava um espelho. Queria me admirar. Queria ver como eu tinha me transformado em uma mulherzinha.

Lembro de ter tido uma ereção fulminante. Esfreguei-me na esteira e alcancei o clímax, tomando o cuidado de baixar a calcinha para não sujar a peça. Derramei a seiva sobre a esteira áspera. 

Estava com 16 anos e o esperma saía com propriedade. 

Pós gozo, senti muita vergonha. Antes de ejacular, desfilei pelo apartamento de biquíni. Rebolei. Fazia trejeitos... Deus do céu! Tinha me transformado em um flozô. 

Ainda não sabia, talvez desconfiasse, mas naquele exato instante morria o menino e nascia a menina. Minha primeira vez...E uma vez crossdresser, a vida toda crossdresser.

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