domingo, 7 de abril de 2019

Um fim de semana quente


Sábado à tarde. O cine lotado. Tinha trava, cdzinha, bicha e héteros aos montes. Quente e lotado. Os machos derretiam, enquanto enterravam. 

Meu primeiro foi um cara baixinho, quieto, que me levou para o antigo banheiro feminino, transformado em cubículos de foda. Ele enfiou gostoso e me comeu como se deve. De vez em quando, aparecia um chato voyeur que enfiava a mão ali no meio da gente. 

Ele gozou e saiu apressado. Vi quando ele empurrou a porta do cine e saiu para o fim de tarde quente de verão. 

O segundo foi aquele cara grotesco, de cabelo crespo, que concorre ao prêmio de maior pica do cine. 

Estava encostada no muro das lamentações (onde as bichas gemem), quando ele veio por trás e disse que queria comer meu cuzinho. 

Lubrifiquei a entrada. Lubrifiquei (muito!) o cacete dele. E aguardei...

Ele vai entrando em você e te arrebentando toda. Se você não estiver preparada, bye-bye. As pregas se despregam. 

Como sempre, ele evita o gozo e se contenta em enfiar, erguendo a cdzinha como se a rola dele fosse um guindaste. Ele levanta você pelo pinto. 

Ele não goza - como sempre - e sai atrás de outra. Tinha muita oferta no sábado. 

O terceiro foi um rapaz negro, sempre de mochila e boné, com quem passei o resto da tarde. Esse sim sabe como tratar uma cd. Ele tira meus peitos pra fora. Beija. Lambe. Enfia o pau entre as coxas. Me beija na boca. Lambe meu pescoço. Enterra um pouco. Tira. Beija mais...

A gente estava na plateia inferior. Ele suava muito. Fazia calor. Decidimos subir para o mezanino, onde é mais vazio e tem ventiladores refrescantes. 

Lá em cima, ele me comeu com carinho até gozar. 

Ficamos conversando. Ele me disse que se separou da mulher, porque foi maltratado: "Preparei o café da manhã. Depois que ela comeu, olhou pra mim e disse: 'Eu te odeio'". 

Fiquei com pena dele. Disse que tinha saído de casa. Falou que tinha encerrado a temporada com as mulheres. "Agora, só quero as cdzinhas". 

Seja bem-vindo, pensei comigo, enquanto relava a mão no peito cabeludo dele.

Ele me contou que ia a outros cines de pegação, como Olido, Kratos e Dom José, mas desistiu: "Eles estão quase sempre vazios. Você fica de bobeira a maior parte do tempo". 

Abraçadinhos, como dois namorados, ele relatou que na sala escura do Kratos comeu uma mulher, que estava acompanhada do marido: "Ela dizia: 'ele está me pegando por trás, amor', mas era mentira. Ela tinha apoiado o pé na poltrona e eu enfiava na boceta. Ela falava aquilo só para excitar o marido, que era impotente e sentia fetiche em ver a esposa sendo comida". 

Senti o pau dele duro novamente dentro da calça. Ele tirou pra fora e eu fiz uma gulosa. Depois, pedi para ele me comer mais um pouco até cansar.

No domingo, retornei ao cine e devo dizer que, sem tesão, se você não estiver na fissura, começa a ver o lugar pelas lentes da crítica maldosa. Como não se surpreender com aquele senhor de camiseta branca, bêbado, o cigarro aceso na mão, enquanto circula com o pinto de fora pela sala. Fiquei pensando onde será que ele pôs a calça? Será que perdeu? Será que tiraram dele? Ele ia trôpego, o cigarro como uma tocha pelo caminho, oferecendo um pinto mole que ninguém queria. 

A cdzinha Camila não se conformava: "Estou de saia e eles vêm passar a mão na frente. Pode isso?", reclamando das mariconas, que abundam no cine. 

Em uma das mesas do bar, que tem dentro do cine, um senhor de camisa aberta, mostrando um peito branco e cabeludo, e uma barriga pouco saudável, roncava com o rosto encostado na palma da mão. Parecia um quadro que representava a solidão. 

Alguém me chama. Continuo andando e ela me alcança. É uma cdzinha jovem, bonitinha. "Oi, eu fiz sua maquiagem sábado passado. Lembra?" Não, eu não me lembrava, porque ela nunca tinha me maquiado.

"Acho que você está me confundindo com outra cd", expliquei. 

Lá dentro, vem um rapaz e pergunta se eu gostei da foda. "Que foda?", pergunto pra ele. 

"Acabamos de transar", ele insiste.

"Nunca transei com você", replico. Ou seja, existe uma outra Bárbara, igualzinha a mim, aprontando por aí. Veja você...

O índio põe a pica pra fora e deixa a cd coroa chupar. Ela está apoiada de quatro na poltrona e leva uma rola contínua daquele cara de bigodinho, estilo Fred Mercury. O índio manda Fred Mercury trocar de posição com ele e passa a comer a cd coroa. O índio mete, mete e não goza. Fred Mercury também não tinha gozado. O cara de cabelo crespo da pica gigante também não tinha gozado. Alguém pode me dizer o que esses caras vêm fazer no cine?

Na tela, três filmes sucessivos e iguais. Um fodedor e duas malucas agitadas. Elas tomaram choques de mil volts e não param de se mexer. Lambem, engolem, chupam, cospem, sobem na rola, descem da rola, vão e voltam, se beijam...Parece um filme antigo com a velocidade alterada. O fodedor - nos três filmes - limitou-se a ficar deitado com a rola dura. 

Comecei a sentir um imenso cansaço. Meus olhos querendo fechar. Ia fazer companhia para aquele coroa desolado, dormindo na mesa do bar. 

Era hora de puxar o carro. Goodbye decadência.         

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