segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O garoto nota dez





Era um rapaz franzino, baixinho, sem nenhum atrativo físico. Mais tarde, abraçados, ele contou que trabalhava em uma pizzaria de entregas a domicílio, localizada em um bairro distante. Ele comia o dono do lugar. Parecia idílico, mas revelou ser perigoso (um assaltante invadiu o lugar e enfiou um revólver gigante em sua cara).

Achei que nos veríamos outras vezes. Ele disse que seu sonho era conhecer a Disney World. Via-se cumprimentando Mickey, Minie, aquela cambada toda. Passeando de trem, de xícara virante, tendo vertigens na montanha-russa, vomitando no trem fantasma.

O garoto nota dez finalizou três vezes na tarde em que ficamos juntos. Seu estilo, inigualável. A boca vinha em direção à bunda e mordia, sem morder. Ele enfiava o nariz, tocava, conseguia manter a orquestra em funcionamento com os metais de sopro em plena atividade. Acionava os címbalos, a percussão, fazia um solo fantástico com o violino, o piano era uma vertigem voluptuosa, como diria a bicha do Oscar Wilde.

Eu gostava particularmente do modo como o garoto chupava meus mamilos, como ele beijava.

Na primeira, ele se derramou sobre o meu rosto. Passei os dedos como se fosse um creme antirrugas. Senti a película grudenta na cara, máscara de visco, e fiquei abraçada, tocando no instrumento do garoto nota dez.

Na segunda, fui descendo e o engoli bem mole. Pus tudo na boca. Trabalhei à vontade com a língua. Chupando e lambendo. Não demorou cinco minutos e o bilau estava novamente duro e pronto. Deitada de costas, via o garoto chupar minha “cucetinha”. Pedia para o garoto: “Vem comer a minha cucetinha, vem...”

         Ele veio por cima e me beijou. Senti o cacete entrando. Ele me beijava na boca,  me lambia, chupava meus mamilos e enterrava tudo. Lembro de erguer as pernas, de enroscar meus pés e empurrar a bunda do garoto em minha direção. O garoto nota dez avisou que ia explodir e a passiva implorou: “Em mim... Me dá! Bem quente!”

         Ajudei-o a tirar a camisinha. Repleta. Transbordante. Tépida. Caiu ao lado. Imaginava que o garoto nota dez iria embora. Sexo casual dura geralmente uma trepada. Raramente, duas. Três, então, é pedir demais.

Na terceira, eu fiquei deitada de bruços. Senti que ele vinha por cima e se esfregava em minha bunda. Mordia a minha nuca de brincadeira, passava as mãos pelas coxas. Depois, ele me virou e deu um trato em meus pés. 

Com uma das mãos sustentava meu pé, para lamber os dedinhos delicadamente, um por um. O garoto passou a língua pela sola, percorreu o dorso, o tornozelo, enquanto com a mão livre me masturbava.

O garoto deitou de costas. Me posicionei para sentar no mastro para o empalamento, descendo aos poucos, sendo penetrada por um cacete novamente duro e penetrante, perfurantemente duro. 

Mudamos de posição várias vezes: fiquei de quatro, de frango assado, em pé, de lado. A foda parecia não terminar. Ele perguntou onde eu queria que ele terminasse.
“Entre os dedinhos”.

Senti o líquido derramar-se entre os dedos dos pés, escorrer, pingar. Aproveitei para esfregar um pé no outro, sentindo tudo grudento, usado, comido. Ficamos deitados por um tempo. Depois, tivemos de encarar a realidade. Saímos de lá. Era noite. 

Durante um ano, aproximadamente, fantasiei que estava com ele na pizzaria. Abaixávamos a porta de ferro e ele me comia sobre a bancada cheia de farinha, o forno ao lado, aceso, queimando lenha. 

Sonhava com o mastro, com a boca sobre meus mamilos, a língua se enroscando nos dedos de meus pés. Se fizesse força, podia novamente sentir quando ele me penetrava, quando comia a minha “cucetinha”. Se fechasse bem os olhos, podia recriar aquela foda mil vezes gravada em meu couro a ferro quente. 

Nunca mais revi o garoto nota dez. Onde ele andará?

2 comentários:

É tudo verdade