quinta-feira, 3 de setembro de 2020

O hotel/sauna Chilli Pepper reabriu suas portas

 


É como se fosse um palácio suntuoso. Por onde você anda, surgem piscinas térmicas borbulhantes. Há corredores longos e escuros. E TVs onipresentes. Em cada canto, tem uma TV, exibindo filmes pornôs gays. É bicha levando rola que não acaba mais. 

Para entrar, você precisa passar por um segurança corpulento. Ele é o guardião da galáxia gay do Largo do Arouche. Ele vai te revistar. Enfiar a mão nos bolsos e perguntar se o celular é mesmo o celular. Se você está carregando uma bolsa, ele vai olhar lá dentro. Vai mexer nas suas calcinhas, nas camisinhas e nos acessórios de bijuteria.

Depois que você se livra dele, tem uma parede furada, como se fosse de confessionário, dentro da qual você escutará uma voz que virá das profundezas. A voz sem rosto pergunta onde você gostaria de ficar. Você pede a opção mais barata: "Armário", por 49 reais. Mas sem chance. Os armários estão bloqueados por causa da pandemia. Você acaba optando pela suíte, que custa 99 paus. Exatamente! Uma grana preta. Por essa preço, tem direito a seis horas para usufruir das delícias do palácio gay-gay-gay.

Você precisa entregar um documento com foto e aguardar. Seu documento é devolvido, acompanhado por um cartão desses iguais de hotel, para abrir a porta da sua suíte.

Depois de me perder pelos corredores escuros - e completamente vazios - com insistentes avisos de "lave as mãos", "use álcool gel", acabo encontrando a ala, onde está o meu quarto. 

Passo o cartão e abro. Entro na suíte, limpíssima. Tiro minha roupa e fico só de calcinha.

Vou guardar meus pertences no cofre (sim, tem um cofre) e o desgraçado se fecha, antes que eu digite a senha. O maldito cofre travou e minhas coisas ficaram lá dentro. Protegidas para sempre agora. 

Saio do quarto e procuro ajuda. Um rapaz, que descubro ser a voz que falava pela parede do "confessionário", diz que virá alguém me ajudar.

Volto para o quarto e aguardo. Cinco minutos depois, vem um rapaz com um laptop. Ele deve estar acostumado com esse tipo de problema. Coloca uma espécie de fio com sensor no cofre e fica uns dez minutos digitando e redigitando o que parecem ser senhas. Até que, finalmente, o cofre estala e abre. 

Ele vai embora. 

Por via das dúvidas, vou ficar longe do cofre. 

Só de calcinha e sandália rasteira - e máscara -, começo a circular pela área. Encontro dois sujeitos pelados, passeando também assim como eu. A gente se olha e continuamos nossos percursos. 

Passo por um cartaz que fala sobre garotos de programa. A sauna/hotel não admite garotos de programa. Se alguém fizer alguma proposta para a gente, devemos procurar a Administração imediatamente.

Beleza. Fui avisada.

Na sauna, há também uma piscina térmica. Vejo um garotão sentado na mureta, revestida de azulejos claros e que serve de assento.

Pelo jeito, ele quer ser chupado. Próximo dele, tem um rapaz. Me aproximo. Começo a brincar com o cacete dele, ergo a máscara e chupo gostoso. O outro se entusiasma e senta ao lado. Vou chupar esse também, mas ele faz um gesto que não, "não quer".

Tudo bem. Continuo chupando, deixando a rola dura, até que ele se levanta e pede para eu enfiar a língua em seu cu. Maricona! Depois, diz que não quer gozar. Vai para os chuveiros. Uma fileira de chuveiros, ao lado da sauna. 

Volto a circular pelo lugar. Descubro um outro andar, muito escuro, com amplos e intermináveis corredores. São dezenas de quartos. Todos com uma luz tênue na porta, indicando número do quarto.

Um rapaz gordinho sai de um dos quartos e começa a circular. 

Desço e vou novamente para a sauna. Descubro no banheiro um rapaz tomando uma ducha. Fico ao lado dele e, em segundos, estou chupando a rola. Que é torta. Envergada para baixo. O pau torto fica duríssimo, mas ele também não quer gozar naquele instante.

O pessoal paga caro, por isso acredito que eles querem aproveitar ao máximo o tempo que ficam ali dentro.

Dou mais uma volta. Fico conhecendo o bar e quase saio sem querer da sauna/hotel. Imagine ir parar na rua só de calcinha?

Lá vou eu de novo para cima e para o alto. Volto a encontrar o rapaz gordinho, que desta vez me agarra e me leva para uma cabine escura. Quando digo escura quero dizer que não se enxerga absolutamente nada. Nem a mão na frente do olho você consegue ver.

A gente se dá uns amassos. Chupo o pau dele. E decido levá-lo para o meu quarto.

Desço a escadaria, com ele atrás de mim, e me perco novamente. Quase saio da sauna/hotel outra vez. O gordinho, que parece conhecer bem o local, me pega pela mão e me leva.

No quarto, eu me deito e ele vem por cima. A gente se beija gostoso. É um gordinho carinhoso. Ele lambe meus seios. E pergunta o que eu quero fazer. "Te chupar", eu falo. 

Ele se alonga na cama - que é estreita - e começo a chupá-lo. Ouço-o dizer alguma coisa como "quer leitinho". Eu digo: "Sim, quero". E ele goza rapidamente na minha boca. Um bom litro de porra.

Ele se ergue. Não me agradece, nem resmunga qualquer som. Sai simplesmente do quarto. Vai embora. Arrependido, provavelmente, por ter cometido algum pecado. Sabe-se lá qual.

Volto à circulação. A cada volta topo com um maduro alto, saradão, todo tatuado. Viro pra cá, viro pra lá e aparece o maduro saradão. Descubro, mais tarde, que ele é quase meu vizinho de quarto. Mas ele não está interessado em mim e nem eu nele. Caras muito altos, geralmente, não são bons de cama. Deve ser bobagem minha, mas, com base na minha longa experiência de cdzinha vadia, fiquei com esse preconceito embutido.

Novamente, na sauna. Tem um cara maduro de cueca, mexendo no pau. Quer ser chupado. Vou até ele e começo o trabalho. 

Está muito quente ali dentro, por isso a gente vai para a minha suíte.

Além de maduro, ele tem os dentes desiguais, tortos. Tiro a cueca dele, sentindo um pressentimento não muito satisfatório. Tem alguma coisa ali que não vai dar certo. 

Começo a chupá-lo e ele me pergunta se eu tenho drogas. Usa um termo de presidiário, tipo "papel". Se eu tinha papel. Falei que não usava drogas. Ele disse que seria só para "animar um pouco". 

Comecei a esfriar. Aí, ele me pergunta se eu frequentava as Termas Fragata, em Pinheiros. Não sei se é verdade, mas me disseram que essa sauna (Fragata) é dominada por gps (garotos de programa). 

Fiquei fria, sem tesão nenhum. Perguntei se ele era gp. Me disse que sim, mas que ali, na Chilli Peppers, não. "Aqui não faço programa." Percebo, olhando-o criticamente, que ele é bem madurão. Deve ser um "velho de programa".

Abri a porta e pedi para ele sair. 

Ele foi embora.

Saí também, mas descobri que os corredores estavam completamente vazios. Voltei para a sauna e quem que eu encontro? O Gp, que fez menção de me agarrar, na base da brincadeira, mas de verdade. 

Fui dar outra volta e quando ia retornar para o meu quarto vejo o gp na minha porta, fazendo um gesto de garoto de programa que fica na rua. Assim, agarrando o pinto e movimentando os quadris para os lados, em uma dança de acasalamento a pagar. Um pesadelo.

Fui procurar a Administração. 

Um rapaz, atrás de uma proteção de vidro acrílico, perguntava o que eu queria. Eu falava, mas, com a máscara na boca, ele não entendia. Eu dava a volta na proteção de acrílico, mas ele me pedia para voltar atrás do acrílico. O acrílico servia para ele como o escudo do Capitão América. 

Finalmente, consegui informar que, pelo jeito, tinha um garoto de programa por ali.

Meio irritado, ele respondeu: "Tá, vou avisar a Segurança".

Voltei para o meu quarto. Sentei na cama e decidi que iria embora. O lugar estava muito vazio. 

Na rua, com meu short curtíssimo e de camiseta, na tarde ensolarada e quente de um inverno esquisito, passei em frente ao Cinemão decadente.

E não é que fiquei com saudades...  

    


 




3 comentários:

  1. oi tudo bem eu tenho 31 anos e gostaria de conhecer e ir 3m um cinemão so por curiosidade você toparia em me apresentar o hotel?? me responda no meu e-mail fernandoliver007@gmail.com que te mando fotos minhas

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  2. cdtanguinha@outlook.com
    Interior de sp ddd 15

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  3. cdtanguinha@outlook.com
    Interior de sp ddd 15

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É tudo verdade